Capítulo 2: aula on-line, como eu não gosto de aula on-line
Capítulo 2
Aula on-line:
como eu não gosto de aula on-line
Minha mãe diz que eu preciso estabelecer horários para jogar para não esquecer que eu sou um estudante do 5º ano. Ainda mais que a escola está literalmente dentro da minha casa.
Ano passado (2020), minhas aulas aconteceram on-line por causa da pandemia. Tivemos aula por videoconferência, então, o meu quarto era a minha sala de aula. Sinceramente, apesar de gostar de me comunicar pela internet , não me dei bem com esse tipo de aula, mas respeito quem gostou.
Eu não gostei, porque a professora me pegou comendo durante a aula.
– Estou em casa, mas não posso comer?
– Não Jean, precisamos respeitar os mesmos horários da escola.
– Eu acho isso um desrespeito com minha fome! Falei comigo nos meus pensamentos.
Como você já sabe, eu, Jean, não gosto de aula on-line. Gosto mais de ir para a escola, estudar lá. Não tenho muita concentração em casa, porque é espaço em que eu fico conectado com meus amigos e para jogar. Além disso, é muito melhor estar com a professora por perto.
E que graça tem ficar em casa se não posso ficar “beliscando” alguma coisa? Ou ficar deitado na minha cama enquanto escuto a aula?
Eu assisto as aulas pelo meu computador, mas ainda tenho meu celular e como não resisto aos meus jogos, ele fica conectado também. Mas, mesmo com a distância física da escola eu fiz novos amigos: o Luís e o Heitor.
O Luís é muito inteligente e gosta de brincar de amarelinha. Sempre pede para a professora de Educação Física passar esses tipos de brincadeiras para fazermos em casa. Ele diz que é “anti-tecnologia”, acredita? Eu não aguentaria nem uma hora sem tecnologia.
Não sei como nossa amizade começou, acho que foi por causa dele sempre querer ajudar os outros. Teve um dia que ele se ofereceu para ajudar o Heitor, que não estava indo muito bem nas aulas de matemática. Ele mandou um áudio no grupo da nossa sala:
– Oi Heitor, eu sou o Luís, você quer ajuda com a tarefa de casa? Percebi que você não estava entendendo.
Fiquei bem pensativo e ofereci ajuda também, já que eu estudava na escola desde bebê e conhecia a professora Lucélia.
Durante as nossas conversas para estudarmos para matemática, o Heitor disse que gostava muito de jogos on-line, então, além das tarefas, começamos a jogar juntos também.
Além disso, nós três, temos uma coisa em comum: Ninguém gosta de aula on-line.
Eu contarei a você uma coisa que aconteceu comigo durante a aula. Eu desliguei a câmera (pelo menos eu achei que tivesse desligado) e, de repente, a professora Amélia, de inglês, falou:
– Didn’t you lunch today, Jean? (Você não almoçou hoje, Jean?)
Eu fiquei com muita vergonha, todos riram de mim. Mas eu superei.
Teve um outro dia que eu estava na aula, mas não conseguia prestar atenção no que a professora falava, olhava as notificações no meu celular e nada de conseguir entender o conteúdo da aula. E bem nesse dia a professora pediu para eu explicar o exercício:
– Jean, explique o que é para fazer na atividade 15, por favor.
– Na quinze? Bem essa que eu não entendi, professora.
– Eu não acredito que você estava jogando de novo, senhor Jean!
A professora parecia bem brava, eu percebi que exagerei um pouco e acabei ficando de castigo. Aprendi a lição: não importa o ambiente, hora de estudar é hora de estudar!
Ano passado não foi fácil, mas meus pais sempre me ensinaram que tenho que ver o lado positivo de algo que não me agrada, isso faz a toda a diferença. Então eu fiz uma listinha: