Conclusão
CONCLUSÃO
Considerações finais e conclusões acerca da análise das duas fábulas: “O lobo e o cordeiro” e “ A raposa e as uvas”.
Aspectos Moralizantes das Fábulas “O Lobo e o Cordeiro”
De uma forma geral, as fábulas procuraram mostrar, sobretudo, como os mais fortes e os que estão em uma condição de superioridade impõem a sua força sobre os mais fracos e inclusive, eles são até capazes de inventar motivos para oprimir esses inocentes (cf. as fábulas de Fedro e de La Fontaine) de tal forma que quando se decidem a praticar o seu objetivo, não há argumentos que os façam mudar de ideia (cf. Esopo e Lobato).
Com efeito, as fábulas analisadas nos mostram que o uso da força se dá inicialmente com o uso das palavras, por meio dos ardis, que inventam, persuadem, enganam, como se configura, na fábula do cordeiro, de Millôr Fernandes: o lanígero procurou ganhar tempo (quando percebeu que não adiantaria argumentar com o lobo) e conseguiu tal escopo por meio da esperteza. Diante da refutação que enfraquece o uso das palavras e para que a sua vontade seja imposta, mesmo que o outro consiga defender-se, então se vale do uso da força física, que não é democrática, mas tirânica.
Assim, esse tema do forte que oprime o fraco, foi uma das críticas que sempre se fez presente, sobretudo, em Fedro. Ele passou por essa experiência de ter sido um escravo e, por isso, ficou com o espírito aguçado para criticar os ricos e os poderosos. E, às vezes, era-lhes alvo de certo preconceito. Ele sempre “os via com desconfiança, com antipatia ou com desprezo” [32] .
Aspectos Moralizantes das Fábulas “A Raposa e as Uvas”
Na moral de cada autor está presente, sobretudo, a explicação de certos comportamentos humanos. Assim, Esopo, por exemplo, explica que os que acusam as circunstâncias o fazem porque não são capazes de fazer suas atividades; Fedro, por sua vez, é mais satírico, dizendo que os que elevam pelas palavras as coisas que não podem fazer, deverão acrescentar este exemplo para si. Satíricos também são os outros autores La Fontaine, Monteiro Lobato, e Millôr Fernandes, que se vale da ironia, em suas fábulas, e de mais originalidade do que os demais.
Notas de rodapé
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FARIA, Ernesto, Introdução à Didática do Latim , p. 267. ↑